domingo, 15 de junho de 2008

Nova via é pensada para acesso à Chapada dos Guimarães/MT.


No momento em que a pressão sobre as formações rochosas locais está em pauta, discussão sobre outra rodovia para chegar ao município ganha corpo.
GERALDO TAVARES/DC

O Promotor de Justiça de Chapada dos Guimarães/MT, Jaime Romaquelli, acompanhou a reportagem para mostrar percursos das duas opções de novas estradas.

A discussão sobre uma nova rodovia de acesso ao Município de Chapada dos Guimarães, cujo projeto está na Assembléia Legislativa, começa a ganhar espaço nos órgãos oficiais e meios político e empresarial da cidade.

O assunto vem à tona justamente no momento em que é discutida a necessidade de diminuir a pressão sobre a via que atravessa o Parque Nacional de Chapada. O Promotor de Justiça da cidade, Jaime Romaquelli, defende a construção urgente de uma nova estrada como forma de desviar o transporte pesado de carga da MT-251, ou Rodovia Emanuel Pinheiro, e evitar danos ambientais ao ícone ecológico do cerrado mato-grossense.

Romaquelli diz que a estrada-parque está sofrendo com o aumento do fluxo de caminhões e carretas, que aconteceu a partir do início da construção do asfalto no trecho entre os municípios de Chapada e Campo Verde. “Essa pista não foi construída para suportar o peso que vem recebendo, especialmente em pontos turísticos, como Portão do Inferno e Salgadeira”, avalia. Numa visita que fez com a equipe de reportagem do Diário de Cuiabá, Romaquelli mostrou as duas sugestões de traçados para uma nova rodovia.

Nas duas idéias apontadas pelo promotor, a rodovia começaria na avenida Dante de Oliveira (antiga Avenida dos Trabalhadores), perto da subestação da Cemat, e seguiria pela estrada de acesso ao Coxipó do Ouro, cortando uma antiga área de exploração de garimpo. Na primeira sugestão, a estrada seguiria o linhão que leva energia para a região de Chapada e outros Municípios locais cortando sopés (bases de paredões) até sair ao lado da subestação de luz da cidade, na MT-251, a cerca de quatro quilômetros do centro. Nessa via, a distância entre Cuiabá e Chapada cairia de 68 para 45 quilômetros.

Já a segunda opção se estenderia mais um pouco, também findando na MT-251, a 11 quilômetros da cidade, quase em frente à entrada do loteamento Quintas do Brumado. Essa poderia ser vista ao longe, do Mirante, e seu traçado poderia acompanhar uma “picada - histórica conhecida como passagem do Xavier”, que séculos atrás servia moradores da região no transporte em carro de bois e cavalos. Nesse trecho também haveria redução do percurso, de 68 para 55 quilômetros. Ambas, segundo ele, são razoáveis do ponto de vista ambiental e menos impactantes para o transporte de carga (grãos, madeira, verduras e outros produtos). Entretanto, diz ele, a construção seria aceita se, no projeto estiver incluso análise ambiental, medidas compensatórias, ou seja, a proibição de loteamentos, fazendas e outras formas de ocupação ao longo da rodovia. Romaquelli diz que acompanhará de perto a elaboração e execução do projeto. No Mirante, durante a visita, o Promotor conversou com o caminhoneiro Edmilson Almeida, que aproveitava o retorno de Cuiabá, onde entregou verduras produzidas em Campo Verde, para apreciar as belezas naturais. Almeida diz que desde o início das obras de asfalto na MT-251 nunca mais utilizou a BR-364 no trajeto até Cuiabá.

O secretário de Infra-Estrutura do Estado, Vilceu Marchetti, em viagem pelo interior, não foi localizado pela reportagem. O mesmo aconteceu com o deputado estadual Otaviano Pivetta, que seria o autor do Projeto de Lei de criação da nova rodovia.

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