Mulheres são 51,8% dos eleitores e únicas candidatas a 41 prefeituras.
Desde 1932, quando conquistaram o direito ao voto, aos poucos as mulheres têm conquistado seu espaço na sociedade e na política brasileira. Talvez as próximas eleições, em outubro, sejam as mais "femininas" já vistas até agora no país. Segundo o mais recente levantamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em 41 municípios brasileiros, apenas mulheres disputam o comando de prefeituras pelo pleito deste ano. O número é só uma prévia e não é definitivo, pois ainda há pedidos de registro de candidaturas em andamento na Justiça Eleitoral.
A arena política brasileira, apesar de ainda ser um território essencialmente masculino, está presenciando uma participação mais ativa das mulheres, mesmo que timidamente. Só na Paraíba, são sete os municípios que, por enquanto, existem somente candidatas ao cargo de prefeito. Em seguida vem São Paulo, com cinco. No entanto, o total representa menos de 1% do universo de 5.563 municípios brasileiros. Para as eleições de outubro, são apenas 1.580 solicitações de registro de candidaturas femininas contra 13.677 de homens.
Ainda assim, o preconceito contra candidatas do sexo feminino continua forte: 30% dos eleitores, por exemplo, afirmam que não votariam em uma mulher para presidente e 19% não elegeriam uma vereadora
Embora a disparidade nas candidaturas continue grande, faz algum tempo que as mulheres constituem a maioria do eleitorado do país. Elas já são cerca de 66,5 milhões - ou seja, 51,8% entre os eleitores aptos a votar nestas eleições municipais, enquanto aproximadamente 61 milhões (48,2%) são do sexo masculino. Mas será que essa massa de mulheres pretende ir às urnas apoiar as aspirantes a prefeitas e vereadoras? Ou será que tanto eleitores quanto eleitoras ainda ressuscitam arcaicos preconceitos na hora de imaginar o chamado "sexo frágil" no poder?
Talvez sim, talvez não. Uma pesquisa Estado/Ipsos divulgada no início deste ano mostrou que 67% dos brasileiros acredita que uma presença mais significativa do público feminino melhoraria o nível da política no país. Além disso, 48% crêem que a mulher é mais honesta que o homem, enquanto apenas 6% pensam o contrário. A pesquisa, que ouviu 1.000 eleitores em dezembro de 2007, também revelou que 58% deles acham que a participação das mulheres na política é menor do que deveria ser. Ainda assim, o preconceito contra candidatas do sexo feminino continua forte: 30% dos eleitores, por exemplo, afirmam que não votariam em uma mulher para presidente e 19% não elegeriam uma vereadora.
É fato que o número de deputadas brasileiras, por exemplo, cresceu nas últimas legislaturas - entre a passada e a atual, em vigor desde 2007, subiu de 32 para 45. Mesmo assim, elas ocupam menos de 10% das cadeiras da Câmara. Uma outra pesquisa, esta divulgada no ano passado pela União Interparlamentar e baseada em dados colhidos em toda a América Latina, mostrou que a presença de mulheres na Câmara, aqui no Brasil, só é maior do que a do Haiti, da Colômbia e da Guatemala. Acha pouco? Há um ano, o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) publicou uma lista com os 100 parlamentares mais influentes do Congresso Nacional. Apenas seis eram mulheres (quatro senadoras e duas deputadas).
Isso não significa que não haja oportunidades para aquelas que desejam mudar o país sem sair do salto alto. Desde 1995 está em vigor uma lei que estabelece uma margem de 30% de ocupação feminina nos cargos eletivos proporcionais e determina que os partidos ou coligações apresentem, pelo menos, 30% de candidatas mulheres. Entretanto, esse sistema de cotas ainda não garante a elas um real acesso ao poder, já que não há nenhuma punição para os partidos caso não atinjam o percentual previsto na legislação.
Mônica Vitória Leia mais desta autora.
2 comentários:
Olá Tia tica!
Mais uma vez visitei o seu blog, e fiquei muito satisfeita com as informações que obtive!
É bom saber que as mulheres estão participando mais da política! Já era hora disso ocorrer!
Apesar que se compararmos com o envolvimento masculinos, a atuação das mulheres ainda precisa crescer muito. Mas, os avanços são visíveis! E isso significa uma nova forma de exercer o poder, recorrendo à sensibilidade que caracteriza o ser feminino ( nem todas, claro!). Assim, essa sensibilidade mais aguçada pode fazer muita diferença na proposição e excecução de projetos na "área social", que em nosso país ainda deixa a desejar...
Outra notícia que me chamou a atenção foi o filme do Álmodovar no Sesc Arsenal. Uma oportunidade de vermos um filme de qualidade!
Valeu!
Esta semana o blog está o máximo com essas notícias de grande interesse para todos (as) cidadãos (ãs)!
Beijos,
Adriana Catelli
Valeu, Adri!...Sua visita ao nosso blog me estimula a mantê-lo atualizado!...Muito Obrigada e venha sempre, que pretendo deixar muitas novidades, ok? Besitos a todos da 'family'.
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