De repente, do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E, das bocas unidas, fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente, da calma fez-se o vento,
Que dos olhos desfez a última chama
E, da paixão, fez-se o pressentimento
E do momento imóvel, fez-se o drama.
De repente, não mais que de repente,
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.
Fez-se do amigo próximo o distante,
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente!...
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