Como membro do CEPIR - Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial, não poderia deixar de registrar algumas palavras sobre a Comunidade Quilombola de Mata Cavalo, localizada no Município de Nossa Senhora do Livramento/MT, composta por aproximadamente, 350 famílias. É admirável a luta das valorosas pessoas que ali vivem: independentemente de ser homem ou mulher, todos se empenham na garantia do respeito a esse chão que, a duras penas, conquistaram. Ainda restam algumas pendências a serem dirimidas, para que a demarcação se configure plenamente favorável, mas a garra com que essa gente vive o dia-a-dia é o principal esteio onde repousa a esperança dessa nação.Embora os membros desenvolvam atividades variadas, tais como: pedreiros, carpinteiros, a maioria das pessoas que compõem a Comunidade Mata Cavalo se dedicam à agricultura, com uma cultura bastante diversificada: banana - que é o carro-chefe, mandioca, milho, arroz, batata-doce, cana-de-açúcar, feijão, abóbora, cará, dentre outras. Sem contar que, da mandioca, produzem a farinha, utilizando-se, atualmente da farinheira, que veio substituir a confecção manual, que era mais lenta e cansativa. Criam galinhas e porcos. Os produtos são comercializados nas feiras de Cuiabá e Várzea Grande; alguns são vendidos ali também. Quase sempre, o sistema de trabalho desenvolvido é através de mutirão coletivo, sempre um ajudando o outro.Esse espírito de união é evidente, demonstrado numa alegria constante, em especial quando organizam as festas tradicionais, de São Benedito, São Gonçalo e apresentações das danças afro (Congada), de siriri, cururu etc A Comunidade Quilombola de Mata Cavalo pode contar com Escola, que foi construída com o esforço harmônico de todos, podendo solucionar os problemas de seus filhos, que não precisam mais se deslocar para a cidade mais próxima em busca de Educação. O corpo docente é formado por pessoas da própria comunidade. Apesar do empenho de todos, ainda restam algumas dificuldades a serem sanadas, mas todos estão convictos de que logo serão vitoriosos. Essa harmonia conjugada serve de apoio a todos! É o que se pode sentir na mensagem transmitida por Laura Ferreira da Silva: "Ser mulher e, principalmente, uma mulher quilombola, para nós é uma dádiva de Deus. Cada dia que passa, nós tentamos alcançar os nossos objetivos, porque a gente sabe que não é fácil essa luta. Mas a gente tenta dar continuidade ao que os nossos ancestrais nos deixaram, que é a luta para a gente ser reconhecido de igual para igual, tanto faz ser branco, índio ou multao, para a gente ser reconhecido de igual para igual. Então, ser quilombola para mim é isso, a gente poder alcançar os nossos objetivos, lutar e buscar o mesmo ideal".
terça-feira, 25 de março de 2008
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