segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Vocês não podem se esquecer deste nome: ALVAR NUÑEZ CABEZA DE VACA!...


'Sempre um Papo' lança “Cabeza de Vaca”, de Paulo Markun
November 26th 2009 in Notas

Paulo Markun lança, pelo Sempre um Papo, o livro “Cabeza de Vaca”, que relata as incríveis peripécias do conquistador espanhol Álvar Núñez Cabeza de Vaca. Sobrevivente de três naufrágios na América do Norte, a história do aventureiro conta ainda com dez anos de vivência entre índios, milhares de quilômetros percorridos a pé e a sua consagração como um mítico curandeiro. O lançamento acontece dia 1º de dezembro, terça-feira, às 19h30, na Sala Juvenal Dias do Palácio das Artes.

O Sempre Um Papo é uma realização conjunta do Jornal Estado de Minas, com o apoio cultural da Rádio Guarani.

Álvar Núñez Cabeza de Vaca foi tão ousado e persistente quanto seus contemporâneos Cristóvão Colombo, Fernão de Magalhães, Hernán Cortés e Francisco Pizarro. Pode ter tido menos fortuna e reconhecimento, se comparado a esses homens que mudaram o mapa do mundo, mas não lhe faltou sorte. Seu jogo de cintura, aliado a sinais da cruz, um grilo e um temporal, lhe permitiu escapar da morte diversas vezes, vivendo o suficiente para eternizar sua história singular.

Neto de um grande guerreiro, o fidalgo espanhol deixou sua casa em Jerez de la Frontera quando adolescente, para se tornar soldado profissional. Lutou na Itália e foi gravemente ferido. Recuperado, serviu como camareiro de um duque e envolveu-se em incidentes picantes. Depois de combater um movimento rebelde, embarcou rumo à Flórida, na condição de tesoureiro real. Foi o início de uma odisseia.

A história é mesmo surpreendente: Cabeza de Vaca sobreviveu a três naufrágios, curou centenas de índios, atravessou, nu e descalço, parte dos atuais Estados Unidos e México, voltou à Espanha e obteve um cargo como recompensa por suas desditas. Depois de nova viagem, tomou posse de Santa Catarina, na condição de seu primeiro governador. Mas não sossegou: atravessou a pé o território brasileiro, chegando a Assunção. Dali, partiu novamente em busca de uma serra misteriosa, feita de prata, até ser imobilizado pela malária num pequeno forte no meio do nada. Ao retornar à cidade, foi deposto por seus opositores. Passou quase um ano numa cela úmida e voltou para casa como traidor e prisioneiro, quando um terrível temporal mudou sua sorte mais uma vez.

Para reconstituir essa história fantástica, Paulo Markun cotejou a obra autobiográfica de Cabeza de Vaca com os depoimentos de mais de uma centena de testemunhas ouvidas em vários processos judiciais na Espanha. Confirmando ou desmentindo as afirmações do protagonista e de seu secretário particular nos Naufrágios e Comentários — obras pioneiras da literatura de viagens —, o autor recupera a saga desse conquistador cuja vida atribulada e cercada pelo mito é ainda larga e injustamente ignorada.

Paulo Markun nasceu em São Paulo, em 1952. Finalista do prêmio Jabuti por duas vezes, trabalhou nos principais jornais e emissoras de TV do país.
Apresentou durante mais de dez anos o programa Roda Viva, até 2007, quando assumiu a presidência da Fundação Padre Anchieta, mantenedora das rádios e da TV Cultura. Cabeza de Vaca é seu 12º livro e o primeiro pela Companhia das Letras.

Título: “Cabeza de Vaca”

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